Comecei o ano contando do meu Reveillón, na figura mais linda da casa, Letícia. Reveillón 2015-2016. Prometi que 2016 seria o ano do bloquinho. Como boa geminiana, parei de escrever as crônicas antes do meio do ano. Mas vamos às publicações.
Esse foi um vídeo que fiz após um curso de interpretação, pela segunda vez esse soneto foi escolhido pelo professor Harildo Déda. Soneto 27 Shakespeare. Publiquei junto a uma reflexão antiga de quanto vale MINHA PALAVRA.
Fiz minha não tão feliz profecia sobre o novo código florestal. Chorei enquanto escrevia. Notícia sobre as queimadas nas Chapada Diamantina.
Não sei se por força dessa matéria ou da Ação Civil Pública que dei entrada no plantão da Defensoria Pública do ano de 2015 , só sei que esse ano os banheiros do carnaval de Salvador estavam bem equipados. Espero que em 2017 a prefeitura mantenha a estrutura em todos os eventos, inclusive nos pré-carnavalescos, em especial os que ocorrem no circuito Barra-Ondina. Estaremos lá, e novamente de olho. Não beberei a cerveja patrocinadora oficial do carnaval nem por todo dinheiro do mundo. Segue as crônicas de 2016 sobre o carnaval, só pra lembrar: A MAIOR FESTA DO MUNDO: MIJO, DROGAS E AXÉ MUSIC
CARNAVAL, E SE ESSA FANTASIA FOSSE ETERNA?
DEJA VU, já antecipando o efeito da melhor banda brasileira do ano de 2016, Baiana System e o vídeo que mostra os segundos de tranquilidade nesse evento psicodélico: DEJA VU
PRIMEIRO EPISÓDIO DO CARNAVAL: A CINDERELA E O PREFEITO NO CARNAVAL DE SALVADOR
E O SEGUNDO EPISÓDIO DO CARNAVAL: BRANCA DE NEVE VAI COLOCAR O SALVADOR NO PAU
Sobre a responsabilidade do artista, já reverberando o livro "Verdade e Método", de Gadamer, escrevi O CASO DO VIVO OU MORTO OU DO MORTO VIVO, refletindo sobre a o papel do artista em uma tradição cultural.
Publiquei uma das minhas pesquisas mais preciosas, talvez A Mais, aliás, há tantas. Essa me conduziu ao Labirinto do Minotauro. QUE TAL SUBSTITUIR ESSA CONSTITUIÇÃO POR UMA DEMOCRÁTICA?
Sobre a violência policial, tão recorrente nos noticiários no ano de 2016, e sobre o crime dedesacato de que fui acusada, crime este recém reconhecido como violação aos direitos humanos, publiquei VIOLÊNCIA E INSTITUIÇÕES PÚBLICAS: UM TAPINHA NÃO DÓI?
e já havia publicado o HABEAS CORPUS EM FAVOR DE GIULIETTA, que ainda não foi apreciado.
E aí, com muita alegria, passei por um processo de tomada de posição política. E digo com muita alegria porque consegui entender e optar pela defesa correta. Por coincidência, a ação não foi nem apreciada. Mas, enfim, vamos prosseguir na ilusão:
Sobre a divisão do Brasil em dois times de futebol: IMPEACHMENT E FUTEBOL: QUE TIME É TEU? e Sexo grátis para quem sair do muro na política brasileira
Já antecipando o histórico da banda que ganhou um campeonato musical disputadíssimo, IMPEACHMENT, OS JUÍZES DO “SUPERSTAR”, O CÓDIGO CIVIL, OS NORDESTINOS E A TEORIA DO CAOS. Como eu já previa, a Banda Fulô de Mandacaru ganhou a competição.
Tão logo eu vi a votação do Impeachment, já comecei a conjecturar sobre a solução para tamanho retrocesso nos direitos humanos e sociais brasileiros. Aí começou a jornada, que passou por artigos, ações populares (que não foram julgadas), boicote a eventos, e enfim uma desconexão com as publicações. Seguem por tópicos:
Meu parecer sobre a nulidade dos votos do impeachment, argumentos estes que foram reforçados por provas reiteradas ao longo do ano de 2016:
A TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES E A NULIDADE DOS VOTOS DO IMPEACHMENT
O JULGAMENTO DOS VOTOS DO IMPEACHMENT
Com esses artigos como base, foi dada entrada a uma AÇÃO POPULAR CONTRA O IMPEACHMENT, que não deu em nada, se tivesse dado, saberíamos.
Sobre os primeiros atos do governo Temer e prevendo o que aconteceu com os direitos humanos no país:
Direitos Humanos, bem-te-vis, Teoria dos Motivos Determinantes e a saudade.
Sobre as ações indefensáveis que encontrei ao longo do ano de 2016 como Defensora Pública que atua na área do Consumidor, e que leio os contratos já há um tempo: CONSUMIDOR BRASILEIRO: O NEW SLAVE
A reforma ortográfica continua a me dar arrepios. Acredito que este artigo esteja cheio de erros. Não foi revisado. A LÍNGUA E O PROCESSO 1
No meio do caos, DESCOMPASSO. Publico no dia das mães um escrito do aniversário de 34 anos, em TANTO,
Um texto existencialista sobre o compartilhamento, ser, não ser etc: O CONTROLE SOCIAL E O GOLPE: O QUE É PIOR?
Já anunciando um possível silêncio de publicações sobre assuntos jurídico-políticos: FALO OU NÃO-FALO?
E sobre o meu processo de transformação alimentar, que já evolui um bocado desde este post:
QUEM É COMIDO É VOCÊ! Aqui há diretrizes para uma transição de educação alimentar sem açúcar, sem lactose, sem glúten.
Sobre os desafios do movimento feminista: Do lar e bunda ou feminista e vagabunda: sim, não ou abstenção?
Mais existencialistas:
A FOGUEIRA
Que pergunta você faria?
E aí crio um instagram e publico fotos e receitas. Também compartilho coisas no facebook em 2016. O fato é que vejo as coisas que digo se concretizarem depois. É o delay do mundo face a uma mulher com ascendente em aquário.
VIRTUALHADA
domingo, 18 de dezembro de 2016
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
Que pergunta você faria?
Era por volta de 21 horas naquela segunda-feira pacata. Estava a caminhar em Salvador, quando passei um pouco depois do antigo Hotel da Bahia. Enquanto me distraía vendo do outro lado da rua as girafosas árvores da Praça Campo Grande, reparei à minha direita um morador de rua a dormir junto a uma banca de revista, em frente à fachada de um dos prédios mais imponentes, que ocupa quase metade do quarteirão, de modo que o homem a dormir na calçada do prédio ficava distante da guarita do porteiro e da entrada dos moradores do edifício.
A fotografia era a seguinte: três cachorros, formando um triângulo, com o morador de rua no meio. Dois deles, o primeiro e o terceiro, amarrados na grade do grande edifício por uma “coleira” feita de plástico bem fino, e na ponta do triângulo um outro cachorro, sem “coleira”. Na frente deste (ou seja, no meio dos outros dois), o morador de rua, com uma sacola preta do tamanho de uma mochila escolar. Todos dormiam profundamente.
Entendeu a fotografia? Eram dois cachorros amarrados por uma coleira de plástico fino, um terceiro de frente para eles, solto, e um homem no meio, com uma sacola preta ao lado. Todos dormindo.
Continuei seguindo meu caminho, mas sem esquecer essa fotografia.
Eu gostaria de ter voltado e feito uma pergunta a um deles. O que você perguntaria? Para qual dos quatro sujeitos da fotografia?
Mande sua pergunta para martadeoliveiratorres@gmail.com.
A fotografia era a seguinte: três cachorros, formando um triângulo, com o morador de rua no meio. Dois deles, o primeiro e o terceiro, amarrados na grade do grande edifício por uma “coleira” feita de plástico bem fino, e na ponta do triângulo um outro cachorro, sem “coleira”. Na frente deste (ou seja, no meio dos outros dois), o morador de rua, com uma sacola preta do tamanho de uma mochila escolar. Todos dormiam profundamente.
Entendeu a fotografia? Eram dois cachorros amarrados por uma coleira de plástico fino, um terceiro de frente para eles, solto, e um homem no meio, com uma sacola preta ao lado. Todos dormindo.
Continuei seguindo meu caminho, mas sem esquecer essa fotografia.
Eu gostaria de ter voltado e feito uma pergunta a um deles. O que você perguntaria? Para qual dos quatro sujeitos da fotografia?
Mande sua pergunta para martadeoliveiratorres@gmail.com.
segunda-feira, 27 de junho de 2016
A FOGUEIRA
Teria o fogo vida?
Por um impulso inicial, segue seu destino.
Depende das condições materiais que encontra, as quais dependem não de sua vontade.
Segue seu curso, de acordo com a inconstante vontade do vento.
Nasce,
Cresce,
Morre.
De onde veio e para onde vai? Não se sabe.
Só sabemos que surgiu.
Sabemos que queimou.
Sabemos que se apagou.
Mas não sabemos para onde foi.
Tinha um pedaço de madeira ao seu lado: será que ele o descobriu para queimar um
[pouco mais?
terça-feira, 24 de maio de 2016
QUEM É COMIDO É VOCÊ!
O povo bebe água contaminada, passa o dia comendo açúcar, pesticida e transgênico, fica entretido com o teatro político de atores da pior qualidade, e depois que adoecer de câncer, faz o quê, mesmo? Vai pedir a degravação da conversa telefônica de algum político? Não, né? Então, se preocupe com você primeiro, que está sendo corroído por toxinas, e observe o que VOCÊ come!
Antes
que você, leitor, morra doente envenenado, fica aqui algumas dicas de “como
sobreviver nesse país chamado Brasil”, diante da atual conjuntura política e
econômica. Nesse salve-se quem puder, depois não digam que eu não alertei.
I
– VÁ PLANTAR BATATA DOCE!
Isso
mesmo. Se surgir uma escassez de alimentos por algum revertério econômico, ao
menos você terá uma fonte de alimento limpa, nutritiva e saudável para
sobreviver. Seja lá onde morar (até morador de rua!), arrume um espacinho e
plante seu alimento. Cultive umas ervas de chás calmantes e temperos. Se essa
crise alimentícia não acontecer, as batatas serão saboreadas mais
tranquilamente. E essa já é uma alternativa ao pão, como iremos falar mais
abaixo. É também uma economia. Na internet há vários sites e vídeos explicando como fazer, aproveite enquanto a internet é livre para aprender a cultivar horta caseira.
II
– COMA ALHO
Pegue
um dente de alho inteiro (eu prefiro aqueles dentes menorzinhos) e corte para
ficar vários pedaços do tamanho de um comprimido (corta seguindo a fibra do
próprio alho, depois corta horizontalmente). Engula com algum líquido com sabor
forte e nem sentirá o gosto (dará uns arrotinhos discretos, mas com o tempo se
acostuma). Se fizer todos os dias, seu corpo estará mais fortalecido para
resistir a essas doenças. No primeiro sinal de que a doença vai chegar, já
toma. Se tiver problemas de estômago, antes do alho bata no liquidificador uma
folha de couve com meio copo d’água, coe e tome assim que acordar. Em menos de
cinco minutos, você produz seu próprio remédio. Já economizou $ e ainda poupou
seu corpo dos efeitos colaterais da indústria de medicamentos. Ainda ganhou
também uma fonte de cálcio (este está presente nas folhas verdes escuras,
inclua estas em sua alimentação, na paz). Esqueça esse negócio de tomar leite
de vaca. Mais detalhes sobre o leite adiante.
III
– ÁGUA COM LIMÃO
Procure
filtrar a água com aqueles deliciosos e eficientes filtros de barro, e esprema um limão.
Tome várias vezes durante o dia, utilizando um canudo, para não desgastar o
esmalte do dente. Não adoce. Comece com meio limão, depois vá aumentando até se
acostumar.
IV
– EXCLUA DE SUA VIDA ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS E SERÁS FELIZ
O
açúcar é uma das piores drogas da atualidade, está até mesmo no cigarro, na
pasta de dente e em praticamente todos os alimentos industrializados, como num
suposto inofensivo molho de tomate. Temperos prontos têm substâncias tóxicas
que nosso organismo não digere. Conservantes não “conservam” os alimentos,
somente os impede de se deteriorarem, já que os nutrientes se perdem
gradativamente à medida que o alimento vai sendo processado. A solução é
cozinhar alimentos naturais, congelá-los e consumi-los o mais rápido possível. É só colocar em sua rotina semanal 3 a 5 horas por semana (dependendo da quantidade
de pessoas para alimentar; para uma ou duas pessoas, por exemplo, gasto 3 horas
para preparar o almoço e jantar de 1 semana, mais 30 minutos para lavar a
bagunça). Cozinhar ouvindo música é uma delícia. Experimentar temperos, errar,
comer apulso receitas mal sucedidas até entender o seu próprio ponto de tempero
é um processo necessário e uma conquista libertadora ao final. Desligue a
televisão e o celular e vá para cozinha.
V
- DOCE SÓ DA FRUTA OU MEL
Voltemos
ao açúcar da cana, em como se livrar dessa desgraça. Para entender por que é
tão ruim, recomendo a leitura do livro “Suggar blues – o gosto amargo do
açúcar”, de William Dufty (há disponível para download pela internet). Mas
vamos às dicas para resolução do problema, vindas de uma ex-formiguinha e
açúcar-adicta. Foi preciso ter câncer por duas vezes aos 32 anos para entender
a gravidade da ingestão de açúcar para nosso corpo. Agora, beirando os 35,
posso afirmar que nunca estive tão saudável! Só porque agora presto atenção a
minha alimentação e pratico exercícios físicos quando posso.
Dicas
para quem, como eu, quer se libertar dessa droga:
1) comece misturando o açúcar refinado com o
mascavo. Depois de uns dias, diminua a quantidade de açúcar e vá introduzindo o
mel; aos poucos vai aumentando este, diminuindo aquele, até seu paladar se
acostumar. Depois, vai aos poucos diminuindo o mel. Esse processo dura em torno
de 2 a 3 meses. Persistência!
2) Se usar adoçante (não sei como você consegue,
todo mundo já sabe que faz mal!), enfim, vá diminuindo a quantidade de gotas.
3) Sucos, só da própria fruta batida. Não existe
suco de fruta em caixa! Existe o sumo da fruta, às vezes puro, às vezes
misturado com outras substâncias terríveis, colocado em caixas ou garrafas. Mas
não é o suco! Suco é da fruta pura ou com um pouco d’água! Polpa também não
serve muito, mas já é alguma coisa. Após ser batida, a fruta já começa a perder
os nutrientes. Tem que tomar logo! Suco de caixa é uma publicidade enganosa
para associar o nome de uma coisa a outra. É como chamar de “excelência” esses
políticos brasileiros. Eles revelam “excelência”? Não né? Nem o suco de caixa é
suco porque assim é chamado. “O que há, pois num nome? Aquilo a que chamamos,
rosa, mesmo com outro nome, cheiraria igualmente bem”, comentaria Julieta de Shakespeare.
A indústria associa os nomes a significados diversos para confundir mesmo. Como
responderiam os Novos Baianos: “besta é tu, besta é tu”, se persistir nessa
alienação.
4) Banana passa (sem adição de açúcar), ameixa,
damasco, castanhas (observe a quantidade dessas, não abuse): ande sempre com um
potinho com estas iguarias para quando der o “saci” do açúcar (essa expressão é
usada na Bahia para descrever a sensação de fissura de um usuário de crack na
abstinência da droga. Tente parar de comer açúcar para experimentar essa mesma
sensação, na mesma hora que você usualmente comia! Se passar um tempo sem comer
e não resistir a “um taquinho” de um doce supostamente irresistível, prepare-se
para sentir a sensação novamente no dia seguinte no mesmo horário).
Persistência que consegue!
5) Aos chocólatras: banana machucada com cacau
em pó (coloco canela, granola obviamente sem açúcar, linhaça etc). É excelente para
TPM. Outra receita que adoro é banana da terra/comprida cortada em rodelas,
coloca no forno numa forma untada com óleo de coco e gergelim salpicado. Fica
crocante e tanto pode ser comido com pastas salgadas como com canela. Difícil é
parar de comer.
VI – O PÃO NOSSO DE CADA DIA, NÃO PERDOAI!
Receita de pão: farinha de trigo (este,
transgênico, modificado geneticamente após várias gerações, não possui mais a
qualidade ressaltada pela literatura bíblica, provoca inchaço, gases, não
alimenta) + açúcar (já falei), + sal (outro pó branco desgraçado, deve ser
consumido minimamente e substituído por outros temperos. Uma alternativa boa é
o gersal, bate no liquidificador gergelim com sal), margarina (é como comer plástico!),
fermento (ixi!), ovos (falarei deste daqui a pouco), leite (já chego nele).
Nutrientes zero, saciação de fome somente. Se até carro não funciona bem com
gasolina adulterada, imagine você.
Alternativas para cada dia da semana:
1) aipim/macaxeira cozida ou, após, assada no
forno até ficar sequinha (assim é melhor para levar como lanche e para
tira-gosto. Para ficar mais saborosa, coloca para assar “empanada” com chia e
orégano. Para untar a forma, óleo de coco, ou então coloca em uma folha de
bananeira, esta substitui o papel alumínio);
2) tapioca;
3) banana da terra (banana comprida);
4) inhame (esse é ótimo anti-inflamatório);
5) batata doce (olha ela aqui de novo!);
6) cuscuz de milho não transgênico (deve ter
essa informação no rótulo ou você conhecer a procedência, caso contrário, no
Brasil, deve-se pressupor que a soja e o milho são transgênicos até prova em
contrário);
7) pães sem trigo, sem leite de gado, sem açúcar,
sem ovos, sem sal. É possível? Sim, procura aí a receita. Depois passo umas.
VII) AFINAL, COMER O QUÊ?
Para beber, saiba que chá verde deixa mais
ligado que café. Faz 1 litro de manhã cedo, coloca numa garrafa térmica, e passa o dia
tomando. Vai diminuindo o café aos poucos.
Substitui o feijão de supermercado, cheio de
agrotóxico, pelo feijão verde debulhado na feira, lentilha, grão de bico. O
arroz branco, também envenenado, deve ser usado somente se integral e com
cuidado. Bom cozinhar arroz com quinoa.
As carnes vermelhas e o leite de gado são um
problema. O gado “X” se alimenta com ração de soja e milho transgênicos,
processa isso, e vira um gado “Y”, com essa reação química incorporada. Esse
alienígena que você come ainda recebe hormônios, vive confinado, é morto em um
processo torturante, não vive. Como você fica quando está nervoso? Eu fico com
as carnes tremendo. Bicho é igual. Comer bicho estressado gera estresse em você
também. Sou da linha do “bem estarismo” animal, embora compreenda e ache interessante os argumentos dos
abolicionistas (veganos). Se você é “louco por carne”, saiba que a humanidade não comia
essa substância da forma como utilizamos. Os Incas, por exemplo, só consumiam
em casamentos e eventos festivos anuais. Nosso organismo não precisa tanto, se
é que precisa. Na dúvida ou na impossibilidade de controlar o desejo, ao menos
guarde a experiência para somente quando souber a procedência da carne ou for
algo assim impossível de optar por qualquer outra coisa. O leite de vaca só
começou a ser utilizado pela humanidade em povos de climas bastante frios,
porque esquenta o corpo. Essa tradição de utilizar na alimentação veio dos
países nórdicos europeus, não cabe no clima dos trópicos. Dá para substituir
por leite de arroz, de inhame, de macadâmia etc, há várias receitas alternativas. E o
cálcio, como já disse, está presente nos alimentos verdes escuros e em várias
outras alternativas mais saudáveis. Essa de que tomar leite faz bem para saúde
é outra pegadinha da indústria alimentícia. Eu fiquei curada da sinusite e alergias respiratórias quando parei de comer coisas com lactose. Porque, como diria Arnaldo Antunes, eu "tinha que respirar, todo dia". Confesso que de vez em quando como um pedacinho de queijo daqueles com gosto bem forte. Espirro pouco depois. Alergia.
Frangos (e ovos) conseguem ser ainda piores.
Se não forem de quintal, esqueça, inclusive todas as receitas que os contém.
Além de se alimentarem de transgênicos e viverem enlouquecidamente somente
destinados a morrer, ainda são injetadas nos frangos altas quantidades de
antibióticos “preventivos” (já que eles ficam muito grudados e, se um adoecer,
contaminaria os demais) e ainda, como todos já sabem, muitos hormônios de
crescimento. Quando aceleram a “vida” dos alimentos, aceleram a sua morte, prezado(a) leitor(a). Quando cortar
um pedaço da carne branca, lembre-se que é da mesma cor de um comprimido de
antibiótico. Aí você perde a vontade de comer, se tiver amor próprio.
Peixes e crustáceos, só se forem do
rio ou do mar. É crescente o número de pessoas que estão ficando alérgicas a
camarão, justamente por ser cultivado em cativeiro com sua alimentação alterada.
Com os demais, não percebemos tanto. O camarão, que sempre foi tido como o “urubu do
mar”, agora que está comendo esses “lixos” de ração, fica ainda mais tóxico que quando limpava os detritos marinhos. Vai ver que é por isso que as pessoas
estão mais intolerantes: estão ficando “alérgicas ao outro” ao comer essas "rações brasileiras".
Gandhi, advogado, já dizia que “a revolução
começa dentro de nós”: se controlarmos a gula, controlamos também todos os
outros sentidos. Seguindo seu conselho, procurei estudar. Não citei as fontes
dessas informações aqui relatadas, porque não é um artigo científico, mas são
fruto de minhas pesquisas no mestrado em Relações Sociais e Novos Direitos na
linha de Bioética, pela UFBA, especialmente após lições aprendidas em
congressos e restaurantes macrobióticos, bem como em livros sobre a história da
alimentação, sobre receitas, e, finalmente, depois de mudanças de hábitos e de ter errado muito na cozinha. Além de, lógico, minha mãe, avó, tias, mães de
amigas, chefes de cozinha, pessoas com paciência para responder perguntas e
mais perguntas. Respeito as tradições ancestrais. Se tiver alguma dica de sua avó, diga-me. Adoro vovós!
Não sigo nenhuma linha nutricional categorizada, mas acredito
que a moderação é o caminho, ao menos para começar a batalha. O fato é que
recuperei minha saúde. Espero que essas informações sejam úteis para você
também.
FALO OU NÃO-FALO?
FALO OU NÃO-FALO?
Minha astróloga alertou que esse período todo o planeta estaria
muito conturbado. Sugeriu que era melhor todos se concentrarem em respirar e
não dar opinião. Vai ver que é por isso que os milhares de brasileiros nas ruas
que batiam panelas enraivecidos “contra a corrupção” ficaram calados com a
extinção da Controladoria da União, órgão fundamental ao menos nas
investigações de desvio de verbas públicas federais. Os batedores de panela estão
respirando. E eu só penso na coitada da primeira dama, afinal, agora o Brasil
dorme e acorda com aquele ser humano como presidente, agora, imagine o que é
acordar de manhã cedo e se deparar com aquela figura ao lado da cama! Ao casar
com Temer, dever ter sonhado que iria ser lembrada como uma Cleópatra, todavia,
chegou mais perto de ser Lady Macbeth e agora é definitivamente esposa de
Drácula. Representa um padrão de mulher que foi criado pelos mesmos idealizadores
de um Deus monoteísta (assim falou Zaratustra), sendo reprodutora de instrumentos
de alienação utilizados desde lá o início dessa barbárie para escravizar os “povos
bárbaros”. Esse mesmo povo “conquistador” criou todas essas instituições (inclusive
a fictícia democracia), de modo a abafar o louvor à divindade feminina
responsável pelos ciclos da vida, respeito esse encontrado justamente em todos
os “povos bárbaros”. Esse padrão machista não morre e suga o sangue das pessoas
ao longo de milênios na Ásia e Europa, há mais de quinhentos anos esses
sangue-sugas se estabeleceram no território que chamaram de Brasil e vêm
sugando a vida e riqueza das pessoas e de ecossistemas tão lindos e produtivos
que aqui residem. Mas minha astróloga disse para respirar e não dar opinião.
Vendo um país governado por homens proprietários e portardores de um paradigma de
hereditariedade de concentração de riqueza, pergunto: falo ou não-falo? Era
melhor quando era não-falo? Ou falo ou não-falo era tudo um mesmo projeto e
supostas mudanças no cenário político é só um teatrinho bizarro numa escolinha
cheia de alienados?
Então tá. Então é só-falo nos Ministérios, e não-falo nos
textos. Não-falo porque tenho que respirar. Mas ninguém falou nada sobre
repetir, afinal, todos vêm repetindo discursos como as cabras de Revolução dos
Bichos, de George Orwell. Então se é pra ter só não-falo nesse país, então vou
só repetir algo já falado, pelo menos por enquanto já que a regra agora, ao
menos temporariamente, é de não-falo. Se eu repetir algo que falei antes, como
mudei, não estarei falando, mas repetindo algo que eu disse, as quais, quando
escritas, estavam descontextualizadas do atual momento. Então falarei sobre um
escrito antigo próprio, nomeado de “várias coisas”. Disse o seguinte:
“Na cidade, há três grupamentos: bandidos, polícia e
população. Esta última se divide em vários grupamentos, alguns tranquilamente
adequados aos padrões passados pelo sistema, outros que de alguma forma
discordam, quando passam a ser chamados de “minorias”. O 1º e 2º grupamentos
estão armados, a população, não. A não ser que a palavra seja considerada uma
arma, porque, se for, então estou armada até as canetas, os teclados, as bocas
de vozes que se propagam no universo. E o que tenho a dizer: nada. Só que vá
cuidar da sua vida porque eu cuido da minha”.
(15 de maio de 2016)
(15 de maio de 2016)
DESCOMPASSO
DESCOMPASSO
Sons da cidade em uma música estridente.
Não estou contente. Nem triste. Não passo.
Nenhum passo, nem um tom sorridente.
Nenhuma dança. Da mudança, descompasso.
Os vícios voltam. Do cigarro, um maço.
Os bons da cidade permanecem silentes.
Displicentemente. Subservientes. Sem traço.
Nenhum passo, nem um som ascendente.
Sem qualquer mudança. Da dança, descompasso.
Em outro sideral espaço, eu passo.
Abraço o verso devasso
Amasso o descompasso
E passo.
(5 de maio de 2016)
domingo, 8 de maio de 2016
TANTO
Há 34 anos, o primeiro desafio: romper a placenta. Sair do confortável invólucro que me cuidava e alimentava para sentir o mundo, o ar, a luz, o toque de peles, o seio de minhã mãe em minha boca, o leite entrando, os cheiros, a temperatura, o leite passando por minha garganta, sendo processado em minha barriga, virando merda, cagar, ser limpada, abraçada, beijada, amada. Há 34 anos faço isso, de forma tão rápida e mecânica que quase pude esquecer quão é incrivelmente bom SER, existir, romper barreiras a cada dia, novas descobertas.
Quanto trabalho deu para segurar a caneta com meus dedos, balbuciar cada palavra e entender seu significado, tantas descrições, tanto mundo, tanto!
Cada movimento dos pés e pernas até a adequada postura para ficar em pé: quanta concentração para me dirigir em uma direção! Que sentido tomar, tantos caminhos, tantos chãos para cair, tanto mundo, tanto!
Quantas frutas para experimentar, temperos, modos de preparo, vegetais, carnes, líquidos, tantos sentar à mesa, tantos assuntos, tanta forma de se passar a salada (pegar com a mão? Não!, dizia meu irmão. Pegar com garfo!).
Tantas lágrimass brotadas dos olhos por tantas dores ou sabores de alegria, vivida ou revivida, tanta saudade, tanto mundo, tanto!
Acordo no meio de muitas palavras, muitos símbolos, muitos seres. Pássaros cantam isoladamente, sem disputar em meus ouvidos barulhos de automóveis ou máquinas. Eu deveria ter ficado lá, só mais uns dias. Mas precisava romper placentas, estações de trem, aviões, passos, estradas, caminhos, até chegar aqui nessa confortável posição com um papel e caneta na mão para me abrir para mim agora e para você que me lê a essa hora. Se for eu, já não serei mais eu que escrevo, com esse limitado conhecimento de mundo, com essas conclusões parciais sobre tudo, pois há tanta coisa para descobrir, tanto mundo, tanto!
Juntar as sementes, gerar vida, juntar as palavras, gerar frases, juntar as fotos, gerar filmes, juntar os temperos, gerar sabores, juntar os corpos, gerar calor. Nesse movimento vital, cíclico, SER até o corpo ser chamado pela morte para se decompor. Esse quando imprevisível impulsiona a viver tanto antes, a experimentar tanto antes, a ver tanto mundo, tanto.
Os sinos tocam ao fundo, musicando junto aos pássaros meu dia, cujo sol já está quase em seu apogeu, lembrando a necessidade do movimento, do sento, do levanto, do fico, do vou, do parto, do descobrir quem sou. Quem era aquela que rompeu a placenta para sair, quem rompeu as barreiras para se construir, para subir e descer escadas, para dormir e sonhar, que sonhos? sonhos de amor e brincadeiras, sempre? Até o amor dói de vez em quando. Ganhar e perder dói. Direcionar dói. A dúvida da aceitação, do acertação. Errar dói, mas é ele que move. O erro que impulsiona os corpos. E a fome, fome de comida, de sol, de lua, de vida, fome de viver novas histórias, de romper tantas placentas, de ser tanta coisa nova, de ser tanta mesma coisa, de conhecer, de ser tanto mundo, tanto!
(escrito em 7 de junho de 2015, Údine, Itália)
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