segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

2016

Letícia estava sentada em uma cadeira de plástico para adultos quando resolveu levantar e ficar em pé no estreito braço da cadeira. Na mesma rapidez de sua resolução, conduziu velozmente seu corpo; na mesma rapidez com que caiu, seu pai velozmente a agarrou. Assustada na queda, sem nenhum arranhão Letícia tapa com a mão seus olhinhos de 3 anos e pergunta: “papai, me machuquei?”.
Isso foi no ano passado. O ano acabou, estamos todos inteiros, apesar das quedas. O ano novo é o ano do bloquinho.
Um bloquinho onde o passado é somente um conjunto de passadas mancas mansamente transcorrendo reveillons.
Pode ser bloquinho de papel ou de carnaval. Ou os dois juntos: levar um bloquinho de papel para um bloquinho de carnaval.
O bloquinho de 2016 precisa ter resistência: esse ano serão mais de 10 dias seguidos de festa.
E 2016 começa quando, finalmente? Se no dia primeiro, esse já era. Os adultos não têm mais ressaca, essa benesse juvenil. Nem ficam mais doentes, esse era um privilégio de pouco tempo atrás. Após uma noite de sono perdido, os adultos morrem um pedaço.
Dia 2 já é sábado, ou seja, a dieta só começa dia 4. A academia, para uns já começou. Ano de olimpíadas. Disciplinados.
O primeiro bloco de bloquinhos de 2016 termina desejando outros bloquinhos, mordomias em bloquinhos, bloquinhos de palavras que lembrem um amanhecer num mar esverdeado do verão no litoral brasileiro.

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